Em abril atípico, indústria paulista perde 4.000 postos de trabalho - CIESP

Em abril atípico, indústria paulista perde 4.000 postos de trabalho

Bernadete de Aquino, Agência Indusnet Fiesp/Ciesp

Tradicionalmente o período de início de contratações do ano pela indústria, desta vez o mês de abril surpreendeu e registrou a perda de 4.000 vagas de trabalho. É o primeiro abril negativo da série histórica – desde 2006 – do Indicador de Nível de Emprego da indústria paulista, divulgado nesta terça-feira (17/5) pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon).

Apesar do saldo negativo, o gerente do Depecon, Guilherme Moreira, acredita que o ritmo de demissões diminuirá, se comparado ao registrado no último ano, e que esta será a tendência para os próximos meses. “Com o forte ajuste que a indústria tem feito desde o ano passado e as expectativas de mudanças da condução da política econômica do país, nossa esperança é que as demissões comecem a perder ritmo”.

Com esse resultado, nos primeiros quatro meses de 2016 a indústria acumula a perda de 34.500 postos de trabalho. A expectativa para o fechamento do ano é de cerca de 165 mil vagas a menos. Em 2015, esse número ficou em 235 mil.

Setores

Dos 22 setores pesquisados, 16 tiveram saldo negativo de vagas, 2 ficaram estáveis e 4 contrataram.

Mais uma vez, o setor que se destacou positivamente foi o sucroalcooleiro, responsável pela alta de 7.073 postos de trabalho em abril, influenciando positivamente os setores de Produtos Alimentícios (que registrou saldo de 6.642 contratações) e de Coque, Derivado de Petróleo e Biocombustíveis (cujo saldo foi de 1.129 empregos a mais).

O pior desempenho continua sendo o do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com saldo de 2.309 demissões no mês.

Regiões

Das 36 diretorias regionais, 20 sofreram variação negativa no nível de emprego em abril e 16 contrataram mais do que demitiram.

O destaque positivo ficou para as cidades de Sertãozinho, com 10,04%; Jaú, 4,35%; e Santa Bárbara D’Oeste, 3,29%, enquanto o negativo ficou para São Caetano do Sul, com queda de 2,35% das vagas de trabalho; Guarulhos, 2,11% a menos, e Bauru, queda de 1,80%.

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