“É preciso acreditar. Não vamos sossegar enquanto o Brasil não entrar nos trilhos”, afirma Skaf em encontro com lideranças empresariais - CIESP

“É preciso acreditar. Não vamos sossegar enquanto o Brasil não entrar nos trilhos”, afirma Skaf em encontro com lideranças empresariais

Solange Sólon Borges e Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp

O presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, nesta quarta-feira (21/8), esteve em Sertãozinho, em mais uma etapa do evento Diálogo pelo Brasil, no qual discute o cenário nacional com lideranças empresariais.

“A economia vai começar a se recuperar. Ela não é uma lancha, que obedece rapidamente aos comandos, mas um transatlântico pesado, lento, que demora a mudar de rumo”, disse. A frase de Skaf demonstra a expectativa frente às últimas mudanças ocorridas no país. Na avaliação dele, no início do ano, o otimismo estava acima do normal, em função do novo governo, mas surgiram dúvidas quanto à aprovação da Reforma da Previdência, que efetivamente avançou e injetou ânimo. “Essas coisas boas que estão ocorrendo agora vão refletir na economia nos próximos meses, incluindo os setores aqui representados”, disse às lideranças empresariais presentes ao Diálogo. 

Ao considerar a Reforma da Previdência como ‘página virada’ e cuja aprovação foi ‘um marco histórico para o país’, disse que o próximo passo é avançar para a Reforma Tributária: “Devemos ter a mesma atitude em relação à agenda anterior, ou seja, analisar as possibilidades, aproveitar o que é bom, ver o que é factível e propor uma reforma possível”, avaliou. A Federação das Indústrias está conversando com o Senado, com o Governo e com os setores importantes da sociedade e “vamos trabalhar para que os projetos sejam convergentes para um texto que, de fato, atenda aos interesses do Brasil. Uma Reforma Tributária que destrave a economia e gere os empregos que precisamos”.

Para o presidente Paulo Skaf, teoria boa é a que simplifique, barateie, modernize e retire as travas. Porém, pediu atenção para que não haja aumento de impostos, pois, se forem juntados tributos, as alíquotas precisam ser discutidas. No Brasil, a arrecadação alcança R$ 2 trilhões por ano. “É muito dinheiro. Não adianta aumentar, mas sim gastar bem, com gestão, aquilo que se arrecada. Neste primeiro momento, não dá para diminuir nem aumentar impostos, mas simplificar é necessário. Estamos caminhando na direção correta”, refletiu.

Entre os grandes problemas elencados por Paulo Skaf estão a retomada de obras públicas, a efetivação de acordos internacionais com os Estados Unidos e a União Europeia, por exemplo, mas mantendo a competitividade da indústria nacional, além da desburocratização, oferta de crédito, redução dos juros, e, pensando a longo prazo, melhoria da qualidade da educação.

“Não se pode perder tempo discutindo assuntos secundários. Temos de ter esperança, trabalhar e acreditar. Os tiros estão sendo dados corretamente. O dia de amanhã vai ser melhor. A economia está se recuperando”, reforçou Skaf, ao lembrar que o caminho passa pelas reformas estruturais. Para ele, é hora de enfrentar a máquina pública enferrujada. “Eu confio muito no Brasil, no empresariado, nos trabalhadores, no serviço, no comércio, são todos competentes. E não vamos sossegar enquanto o Brasil não entrar nos trilhos”, disse.

Ao tratar especificamente de Sertãozinho, Paulo Skaf enfatizou a existência de uma miniusina de açúcar no Senai-SP local, atendendo à vocação sucroalcooleira e à demanda regional. “Nosso Senai-SP conta com equipamentos e laboratórios modernos, professores e instrutores preparados e com foco na formação técnica ou no empreendedorismo, fundamental para o país”, disse.

Em encontro com lideranças empresariais, presidente da Fiesp/Ciesp, Paulo Skaf, demonstra confiança na retomada da economia. Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp

Escolas móveis

Na 27ª Fenasucro & Agrocana, feira internacional de bioenergia, Skaf visitou duas das 74 Escolas Móveis do Senai-SP. Uma delas, a de Energias Renováveis, foi inaugurada no mês passado, e é destinada à indústria elétrica, eletrônica, de energia e de automação.

A utilização de energia renovável é uma realidade ao redor do mundo e está em crescimento acelerado no Brasil. Sustentabilidade e eficiência energética são temas centrais para a indústria. Com essa unidade móvel, o Senai-SP oferece capacitação e qualificação de profissionais para lidar com as mais atuais e modernas tecnologias ligadas à energia renovável.

A outra unidade visitada foi a Escola Móvel Indústria 4.0 – a Evolução da Automação, que está em operação desde em outubro de 2018. Totalmente voltada à Indústria 4.0, a unidade capacita profissionais para atuar nesse novo cenário industrial, caracterizado pela convergência de novas tecnologias e conceitos. Considerado a Quarta Revolução Industrial, esse novo modo de produção tem se tornado foco de ações em praticamente todos os setores industriais, tais como o Químico, Petroquímico, Siderúrgico, de Papel e Celulose, de Alimentos, de Bebidas e Fármacos, da Metalmecânica, Automobilístico, Eletroeletrônico e Têxtil.

A utilização das Escolas Móveis torna possível levar o Senai-SP a todas as regiões do Estado de São Paulo, em municípios nos quais não existem escolas físicas da entidade. “A vantagem dessas unidades de ensino, nesse formato, é a sua flexibilidade para atender a indústria paulista. Trata-se de uma iniciativa que contribui para o desenvolvimento de profissionais qualificados nas mais atuais e modernas tecnologias. E fundamental para atender todos os municípios, ou seja, a unidade móvel é uma ótima solução”, afirmou Paulo Skaf.