Diálogo é o dínamo da democracia, afirma secretário Mario Frias
- Atualizado emAlex de Souza, Agência Indusnet Fiesp
Com o intuito de ampliar o debate sobre as demandas do setor cultural, a Fiesp recebeu o secretário especial da Cultura, Mario Frias, para videoconferência do Conselho Superior da Indústria Criativa (Cosic), dirigida pelo presidente em exercício, André Sturm.
Em sua fala inicial, o chefe da pasta defendeu a importância do diálogo entre o governo e demais setores da sociedade. “Essa é uma prerrogativa do presidente Bolsonaro e queremos fazer todos os esforços nesse sentido, pois o agente público precisa sair do gabinete e entender as necessidades dos municípios e dos estados”, destacou Frias.
Segundo ele, um dos objetivos da secretaria é trabalhar pela promoção da cultura para todos. “Atualmente, os projetos estão totalmente voltados para o povo, de Norte a Sul do país. E precisamos conhecer melhor quem é o trabalhador da Cultura, que não é somente um diretor de fotografia, um diretor de teatro ou ator de televisão. Pode ser um músico de rua ou o malabarista de circo”, explicou Frias.
Para atingir esse objetivo, a secretaria tem trabalhado para simplificar a gestão e conferir mais efetividade ao trabalho. Sobre a Lei Aldir Blanc, Frias disse que foi de extrema importância para minimizar os impactos do momento atual. “O nosso setor foi o primeiro a parar suas atividades e talvez seja o último a se beneficiar da retomada. Mas a lei trouxe um pouco de alento neste momento de incertezas que estamos vivendo”.
Frias admitiu o grande desafio que existe em comandar a pasta em dias tão singulares, mas afirmou estar otimista em relação ao trabalho. “A cultura tem um papel econômico gigantesco, e por meio do diálogo, que é o dínamo da democracia, vamos conseguir atingir os objetivos todos, pois vamos ouvir todos os setores da sociedade e trabalhar todos na mesma direção”.
Ao falar brevemente sobre a Ancine, o secretário explicou que vários debates em torno da agência de fomento e regulação – que tem função de aprovar e incentivar projetos ao mesmo tempo em que faz a regulação técnica –, extrapolaram os interesses da cultura e do tema que sustenta sua existência. “O assunto ficou muito politizado. Mas temos feito nossa parte e trabalhando incessantemente para colocar ordem na situação, que se acumulou ao longo de anos, e aprovar tantos projetos quanto for possível”, disse Frias.
Questionado sobre a Lei Rouanet, o secretário entende ser um mecanismo importante e positivo. “Ainda existe muita confusão sobre o tema, e tem gente que pensa ser o governo o financiador das produções. Porém, sabemos que o financiamento se dá por meio de isenção fiscal. E o objetivo é o fomento à cultura”, desabafou Frias, que é cantor, ator e apresentador. “Posso garantir que não se trata apenas de uma novela, filme ou peça. É muito maior do que isso. A cultura representa 4,5% do PIB, mas o debate em torno da lei de incentivo foi muito politizado e empobrecido ao longo dos anos. Algo que precisa ser revisto e debatido sob a perspectiva adequada”.
O secretário reafirmou a importância do diálogo, especialmente para solucionar as questões relacionadas à cultura, e agradeceu pela oportunidade de debater o tema na Fiesp. “Estamos em um processo de transformação sem igual na história da humanidade, que nos impacta cultural e economicamente. Discutir soluções é algo que queremos construir juntos: secretaria e sociedade”, concluiu Frias.
