DECISÃO DO COPOM – Redução de 0,75% não traz emoção à indústria
- Atualizado emCrescimento sustentado com taxa acima de dois dígitos é ficção, diz Ciesp
Na avaliação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), a redução da taxa de juros para 15,75% ao ano, anunciada dia 19 pelo Conselho Monetário Nacional, já havia sido cantada em prosa e verso. “Não causa nenhuma emoção a redução que os membros do Copom promoveram, tendo em vista que a surpresa seria uma redução mais agressiva, entre 1,0% a 1,5%”, afirma Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia do CIESP.
Em sua análise, o nível de atividade continuará respondendo bem aos estímulos, principalmente do mercado interno, e deverá garantir um crescimento do PIB maior do que o de 2005.
“Como demonstra a queda de 28% nos desembolsos do BNDES no primeiro trimestre deste ano, com esse patamar de juros seguiremos à base do stop and go” , sublinhou Tabacof. Na visão do empresário, crescimento sustentado é ficção com uma taxa real de juros acima de dois dígitos.
O diretor do Ciesp reforçou a posição da Entidade de tranqüilidade com relação ao cumprimento da meta de inflação em 2006, apesar da fragilidade fiscal e do risco posto para o alcance da meta fiscal. Segundo ele, como o câmbio vem cumprindo o objetivo de frear a correção dos preços, apesar da substituição da produção nacional por importações, não existem motivos para desacreditar no atendimento da meta, o que vem sendo confirmado até mesmo pelo mercado financeiro. “Por isso, o CIESP continuará defendendo juros menores para que os investimentos necessários ao País de fato ocorram”, conclui Boris Tabacof.