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Indústria critica manutenção da Selic em 11,25%
 
A terceira manutenção consecutiva da taxa básica de juros em 11,25% ao ano, anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi criticada pelo presidente do Ciesp e da Fiesp, Paulo Skaf. Segundo ele, o governo brasileiro agiu na “contramão” ao resto do mundo ao optar pela manutenção – já que a decisão do Fed (banco central norte-americano) em baixar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para 3,5% ao ano, deveria induzir os BCs de outros países a seguir a mesma postura. “Esse posicionamento aumentará, ainda mais, o diferencial de juros do Brasil em relação às economias internacionais”, declarou.
 
Em nota, o comitê afirmou, após 3 horas de reunião, que "avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés”. A nota ainda acrescenta que “o Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".
 
Para Skaf, há uma grande contradição em tudo isto. “A crise é lá, nos Estados Unidos, e eles reduzem os juros e desoneram impostos. Enquanto isso, aqui no Brasil, quando o fim da CPMF traz condições para redução da Selic — de acordo com estudo do próprio Banco Central —, a área econômica do Governo opta por uma conduta equivocada e que desestimula o crescimento”, argumentou.
 
Há quatro reuniões do Copom, a taxa está em 11,25%: antes, em 5 de setembro, 17 de outubro e 5 de dezembro, a instituição já havia optado pelo mesmo percentual. A decisão de agora sobre a taxa valerá pelos próximos 45 dias. O próximo encontro do comitê ocorrerá nos dias 4 e 5 de março.
 
Agência Ciesp de Notícias
24/01/2008