Conscientização, investimentos e aliança entre Estado e sociedade civil foram exaltados na 1ª edição do Empresários pela Primeira Infância - CIESP

Conscientização, investimentos e aliança entre Estado e sociedade civil foram exaltados na 1ª edição do Empresários pela Primeira Infância

Mayara Moraes, Agência Indusnet Fiesp

Aconteceu nesta quarta-feira (3/7), na sede da Fiesp, a primeira edição da série de workshops “Empresários pela Primeira Infância”. Realizado em parceria com o Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp) e a Fundação José Luis Egydio Setúbal (FJLES), o projeto tem como objetivo apoiar empresas interessadas em investir na Primeira Infância, por meio do incentivo à implementação de boas práticas que proporcionem às crianças o melhor início possível no caminho para a vida adulta.

“O objetivo do workshop de hoje, sobre a visão estratégica da Primeira Infância para o desenvolvimento nacional, é motivar o empresariado a se envolver”, afirmou Raul Cutait, presidente do Conselho Superior de Responsabilidade Social (Consocial). “Esperamos que os empresários passem a se envolver com os temas mais macro da sociedade e extrapolem os muros de seus escritórios e fábricas, e para isso o estímulo interno é fundamental – é missão de vocês cutucar diretores e presidentes”, disse Cutait ao público.

Segundo o economista chefe no Instituto Ayrton Senna e professor no Insper Ricardo Paes de Barros, o que não falta são motivos para incentivar e apoiar investimentos na Primeira Infância. “Existem pelo menos oito razões que você pode apresentar a qualquer empresário para justificar o investimento de tempo e dinheiro no desenvolvimento de um indivíduo em seus primeiros anos de vida”, ressaltou Barros.

De acordo com ele, em nenhuma outra fase da vida as respostas são tão rápidas e tão intensas, e as consequências tão duradouras. Em nenhuma outra etapa, é possível realizar um investimento e ter mais  tempo para recolher seus frutos e benefícios. O investimento na Primeira Infância é a mãe do desenvolvimento humano, portanto, todos os investimentos feitos nos primeiros anos de vida valorizarão aqueles que forem realizados ao longo da juventude e da vida adulta. O investimento na Primeira Infância é uma oportunidade de nivelar a sociedade desde o ponto de partida, garantindo equidade e eficiência e combatendo conflitos entre valores como meritocracia e igualdade de oportunidades.

Diante de todos os motivos expostos, o desafio é a aplicação de recursos e tempo que resultem na criação e implementação de política pública voltada ao desenvolvimento durante a Primeira Infância.

“Não podemos adotar uma abordagem tradicional e fazer uma política de Primeira Infância cujo objetivo seja garantir que ninguém vai impedir o desenvolvimento da criança”, alertou Barros. “Precisamos pensar nos direitos positivos e não focar apenas nas garantias mais básicas”, acrescentou o especialista.

Conceber uma política intersetorial, adequada aos mais variados tipos de família e às suas diferentes necessidades e reconhecer a importância da avaliação e do monitoramento da sua implementação; priorizar integração, cobertura e qualidade; garantir a coordenação das ações do terceiro setor; promover a difusão de boas práticas; e entender a complementaridade dos papeis da família e do Estado também são fundamentais para garantir um sistema que assegure o desenvolvimento pleno dos brasileiros ainda durante a infância, de acordo com o economista chefe no Instituto Ayrton Senna.

Sancionado em outubro de 2017, o Plano Municipal pela Primeira Infância de São Paulo estabelece políticas públicas, por meio de ações, programas e serviços voltados ao atendimento das crianças de zero a seis anos, e da integração das áreas de Educação, Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Cultura e Lazer.

O Plano Municipal estabelece que cada secretaria responsável pelo atendimento da criança durante a Primeira Infância elabore planos orçamentários para o financiamento de todos esses projetos.

Assegurar saúde materno-infantil, segurança alimentar e nutricional, educação infantil e combate à pobreza são alguns dos objetivos do marco legal, de autoria da vereadora Janaína Lima. Segundo ela, cada dólar investido no desenvolvimento das crianças de zero a seis anos trazem um retorno de sete dólares em longo prazo.

“Educação de base é o que de fato pode mudar a sociedade”, argumentou a vereadora. “A sociedade precisa pautar o Poder Público e cobrar compromisso de quem ocupa cargos públicos e pode se apropriar dos conhecimentos da academia e defender essa causa”, acrescentou.

Para Raul Cutait, é imprescindível que a Primeira Infância seja mais bem compreendida no Brasil. “Se isso acontecer, construiremos uma nova geração para daqui a trinta anos, uma geração mais bem preparada e melhor para o mundo moderno”, disse ele. “Esperamos que os empresários passem a se envolver com os temas mais macro da sociedade e extrapolem os muros de seus escritórios e fábricas”, concluiu Raul Cutait em evento sobre Primeira Infância.

Na sede da Fiesp foi realizada a primeira edição da série de workshops “Empresários pela Primeira Infância”, em parceria com o Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp) e a Fundação José Luis Egydio Setúbal (FJLES). Foto: Ayrton Vignola/Fiesp