Com taxa de juros baixa, construção civil deverá seguir forte em 2021, avaliam especialistas - CIESP

Com taxa de juros baixa, construção civil deverá seguir forte em 2021, avaliam especialistas

Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp

No entendimento geral dos membros do Conselho Superior da Indústria da Construção da Fiesp (Consic), 2021 será bem melhor que ano passado. Eles se reuniram na manhã de quinta-feira (4/2), sob a direção do presidente do Conselho, José Carlos de Oliveira Lima, para analisar as projeções do setor.

A expectativa é de que o Governo tome as medidas corretas e necessárias para consolidar o crescimento do segmento de construção civil como um todo, o que por consequência poderá impulsionar a retomada econômica do Brasil. É consenso que a aprovação das reformas Administrativa e Tributária vão restabelecer a confiança e as condições de manutenção da taxa de juros nos níveis atuais.

Para o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio de França, taxa de juros baixa aumenta a venda de imóveis, que na maior parte é realizada por meio de financiamento, e isso aquece todo o setor da construção civil, “que emprega quatro milhões de trabalhadores diretos e indiretos, com potencial para empregar sete milhões e meio nos próximos anos”, destacou, observando que o número crescente de expedição de alvarás na cidade de São Paulo é outro indicativo de que o setor está aquecido e em crescimento.

Atualmente o déficit habitacional brasileiro atual é de quase 8 milhões de moradias, e até 2030 essa demanda será de quase 12 milhões. “Nossa participação no PIB é relevante, a cadeia da construção é responsável por 7,4% do PIB brasileiro e gera impacto em 62 atividades econômicas”, afirmou França.

Setor empregou quatro milhões de trabalhadores diretos e indiretos em 2020. Foto: Karim Kahn/Fiesp

Pandemia

O setor da construção civil liderou a recuperação econômica do país em meio à maior crise em décadas, e somente no período de junho a novembro de 2020 gerou quase 209 mil empregos. “Tudo com respeito à vida, seguindo todos os protocolos de segurança, o que permitiu vencer um ano difícil. Caso as obras tivessem parado o desemprego poderia ter atingido mais de 650 mil trabalhadores”, avaliou.

Opinião compartilhada pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), Newton Cavalieri. “Os protocolos de segurança, com mais de 30 medidas para prevenção, permitiram não somente prosseguir as obras como conter a disseminação do vírus”.

Cavalieri entende que, no caso específico da construção pesada, a recuperação só não foi mais forte devido às obras paradas ou com ritmo lento, como o trecho Norte do Rodoanel, o programa de recuperação das vicinais e de rodovias estaduais. “O planejamento e implantação de um programa de infraestrutura de transporte multimodal no país deve ser assumido como uma questão de estado e não como programas de governos”, resumiu.

A Abrainc prevê que 2021 será um ano muito forte e que os lançamentos devem crescer 70% em relação a 2020. “Com oferta de crédito imobiliário, juros baixos, poupança em patamar recorde, os bancos são obrigados a emprestar, devido a regra de direcionamento. Por isso é essencial para o setor a aprovação das reformas administrativa e tributária, porque o ajuste fiscal é vai garantir a manutenção dos juros baixos e garantia de investimentos no Brasil a longo prazo”, concluiu França.

Confira abaixo estudos apresentados durante a reunião:

QB Data Metrics – Relatório trimestral macroeconômico e setorial (janeiro de 2021)
Claudio Silveira, QuorumBrasil Informações & Estratégia
 
Perspectivas do mercado imobiliário (janeiro de 2021)
Luiz França, presidente Abrainc
 
Newton Cavalieri, diretor titular adjunto do Deconcic