Com ministros Aloysio Nunes, Marcos Jorge e Maggi, missão prospectiva inicia atividades em Shanghai - CIESP

Com ministros Aloysio Nunes, Marcos Jorge e Maggi, missão prospectiva inicia atividades em Shanghai

Mayara Baggio, Agência Indusnet Fiesp, de Shanghai

Na manhã de domingo (04/11) os 120 participantes da missão prospectiva de negócios da Fiesp e do Ciesp à China Internacional Import Expo (CIIE) deram início a suas atividades em Shanghai.

Durante um encontro de alinhamento e boas-vindas realizado no hotel oficial da delegação brasileira na cidade chinesa, os empresários receberam o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi.

Na avaliação do chefe da delegação empresarial e 2º vice-presidente da Fiesp e do Ciesp, José Ricardo Roriz, o grande objetivo dessa missão é colocar as pequenas e médias empresas brasileiras na lista de compras do mercado chinês, o maior do mundo. “Algumas empresas não projetavam exportações e após intensa preparação estão aqui. Trata-se de uma importante mudança cultural sobre a importância de desenvolver novos mercados”, afirmou.

Além disso, Roriz frisou a importância do engajamento industrial para a economia do país. “Quanto você agrega valor aos produtos, você cria empregos de qualidade. Quanto mais sofisticada for a nossa exportação, com produtos elaborados e manufaturados, maior será nossa contribuição para a balança comercial brasileira”, completou.

Do Itamaraty, o ministro Aloysio Nunes falou da extraordinária mudança pela qual a China passou nos últimos anos, tornando-se um mercado exigente e sofisticado, e de como o Brasil está presente na economia chinesa por meio dos acordos e grupos internacionais. “A China é hoje um parceiro incontornável que não pode ser afastado ou subestimado. Só no ano passado foram US$ 20 bilhões em negócios, e nos primeiros nove meses deste ano já ultrapassamos essa marca”, detalhou. Na visão do ministro, a visita da delegação brasileira mostra apetite de exposição, de encontrar pessoas, prospectar mercados e agregar valor aos produtos nacionais, a receita para uma nova inserção internacional, que ele chamou de mais ampla e competitiva.

O ministro Blairo Maggi, por sua vez, considerou encantador estar na China. Para ele, apesar do regime diferente, a mentalidade chinesa de desenvolvimento ajuda a compreender como devemos planejar o futuro. “Até 2030, o aumento de renda é praticamente estático em todo o mundo, menos na China. As perspectivas são de que o mercado chinês compre 50 milhões de suínos nos próximos anos, por exemplo. Mais do que o total produzido pelo Brasil atualmente”, disse.

Já Marcos Jorge falou da China como permanente parceiro estratégico do Brasil, mesmo durante momentos de tensão comercial. O responsável pelo MDIC observou ainda um recente aumento da disposição do empresariado brasileiro por um movimento de expansão de mercado, também na área de serviços.

Na visão do embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru de Paiva, o diálogo diplomático brasileiro com a China é positivo. “Com essa feira, para além das questões políticas, a China mostra uma disposição de cooperação em relação ao mundo, esperando dos países parceiros uma ampliação do volume de negócios. Fiquei particularmente satisfeito em ver como Brasil reagiu a esse chamado, com uma delegação dessa dimensão e real interesse em negócios”, afirmou.

Para o embaixador e presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe, o Brasil tem complementariedades evidentes com a China, com posições semelhantes e coordenadas sobre diferentes temas da política internacional. “A China é distante, diferente e complicada, a língua não é fácil, mas já conquistou a posição de maior mercado consolidado do mundo e daqui 12 anos, 2030, terá o dobro do tamanho”, frisou. Jaguaribe apontou ainda que, apesar de sua dimensão e estrutura poderosa, a China tem um futuro previsível de demandas muito pesadas em áreas como agricultura, energia e minérios, nas quais o Brasil é forte.

Finalmente, o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Gedeão Silveira Pereira, chamou a atenção da delegação da Fiesp e do Ciesp para o crescente consumo que a China agrega anualmente, o volume de um país como a Argentina. “Viemos com uma postura inovadora, para além da soja, na tentativa de criar mercado para os setores de frutas e lácteo”, defendeu.

Reunião no primeiro dia de atividades da missão prospectiva da Fiesp a Shanghai. Foto: Mayara Baggio/Fiesp
Reunião no primeiro dia de atividades da missão prospectiva da Fiesp a Shanghai. Foto: Mayara Baggio/Fiesp