CIESP entrega ao governo lista dos produtos brasileiros mais atingidos pelas exportações chinesas - CIESP

CIESP entrega ao governo lista dos produtos brasileiros mais atingidos pelas exportações chinesas

Negociação entre os dois países e estabelecimento de limites para a China, com base em média histórica, podem ser a saída

O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Humberto Barbato, tem mantido contato com empresários brasileiros que estão em missão na China. Segundo ele, a expectativa é de que o governo chinês aceite fazer “contenção voluntária” das suas exportações ao Brasil. O País responde por 0,4% das exportações chinesas, o que favorece a possibilidade de haver acordo, diz Barbato. Uma das possibilidades é de que o acordo seja feito com base na média das exportações chinesas para o Brasil, realizadas nos últimos quatro ou cinco anos. A partir daí, seriam estabelecidas as quantidades a serem vendidas por item tarifário. Na conta entra, também, a capacidade instalada da indústria brasileira.

O CIESP preparou uma lista de produtos definindo quais empresas correm risco em decorrência da exportação chinesa. A lista contém 99 produtos que tiveram, em média, 88,5% de crescimento nas importações. O assunto foi tratado na segunda-feira, dia 26, em reunião do SPEX, São Paulo Exporta, no CIESP. Durante o encontro, o secretário geral do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho, na função de ministro interino, disse que espera que o governo e os empresários brasileiros consigam obter “o acordo em setores para que não ocorra dano ou desorganização do mercado”. Ele disse ainda que a viagem do ministro Luiz Fernando Furlan à China tem o objetivo de buscar o contingenciamento quantitativo e que não se pretende impedir a participação da China no mercado brasileiro.

Furlan se reuniria, na 4ª feira, com o ministro chinês responsável pela área. O encontro teria a participação de empresários dos setores de têxteis, calçados, ótica, brinquedos, entre outros. Durante a reunião do SPEX, Ramalho afirmou que neste ano houve crescimento das importações de componentes eletrônicos. “O aumento das importações ocorreu em função das ações da própria indústria brasileira”, observou. Ele reconhece que alguns setores estão sendo afetados pelos produtos chineses, mas aposta na negociação apesar da postura “dura” que os chineses costumam ter nesse tipo de situação.