Ciesp critica cautela do Copom e revê projeção do PIB Veja comentário de Boris Tabacof - CIESP

Ciesp critica cautela do Copom e revê projeção do PIB Veja comentário de Boris Tabacof

Ciesp critica cautela do Copom e revê projeção do PIB

Juros altos, baixo investimento público e saturação do crédito no mercado interno explicam baixo crescimento do País

O diretor do Departamento de Economia (Decon) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Boris Tabacof, criticou o tímido corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica anual de juros (Selic), anunciado no dia 30 de agosto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A taxa caiu de 14,75% para 14,25% ao ano. O impacto deste cenário já reflete nas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Para Tabacof, a estimativa agora é uma expansão de 3%, contra 4% previstos anteriormente. Quanto ao PIB Industrial, o empresário também fez ressalvas. A projeção anterior de 4% a 4,5% caiu para 3,5% a 4%. Ao lado disso, o empresário atentou que a lentidão e a excessiva cautela do Copom já começam a comprometer até mesmo a expansão da economia em 2007.

De acordo com o diretor do CIESP, dentre outros aspectos que devem afetar o desempenho da indústria no segundo semestre de 2006 estão: o baixo volume de investimentos públicos, uma eventual desaceleração na economia mundial e a saturação do crédito no mercado interno como os.

Para ele, o mercado interno que se apresentava como fôlego para algumas indústrias que tiveram suas exportações prejudicadas pelo real valorizado, está se arrefecendo devido ao crescimento na inadimplência no crédito pessoal. "Esperávamos mais do mercado interno. Agora, começa a se confirmar que o endividamento das famílias está maior do que pensávamos " , explicou Tabacof.

Atividade na indústria cai

Confirmando as expectativas negativas, o Indicador de Nível de Atividade (INA) realizado pelo Centro das Indústrias do Estado (Ciesp) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou declínio da atividade industrial de 0,3% em julho frente ao mês anterior, considerando o ajuste sazonal. Sem ajuste sazonal, a atividade da indústria de transformação paulista apresentou retração de 1,8% em relação a junho.