Ciesp: 80 anos acenando a bandeira da indústria paulista - CIESP

Ciesp: 80 anos acenando a bandeira da indústria paulista

 

Por Mariana Ribeiro

 
“Não sou conduzido, conduzo”. A tradução do lema em latim estampado na bandeira paulista é também uma das principais marcas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o Ciesp, desde a sua fundação em 28 de março de 1928. A entidade completa hoje 80 anos de atuação pela indústria, com um histórico de liderança que foi parte integrante do processo de industrialização do estado.
 
Para Paulo Skaf, presidente do Ciesp, o caminho construído foi alicerçado no poder de representatividade. “São 80 anos de lutas e conquistas, de trabalho ético e árduo na defesa dos interesses maiores não apenas da indústria paulista, como, também, de todo o Brasil”, destaca. A entidade nasceu com a missão de comandar a abertura do mercado para os industriais brasileiros, que ganhou força em 1914, com a Primeira Guerra – um dos elementos de estímulo à indústria nacional, principalmente devido às dificuldades com as importações. Seis anos mais tarde, já eram 4.500 indústrias instaladas em São Paulo.
 
Conhecendo o problema na fonte
Lutar pelos interesses dos industriais. Este sempre foi o papel do Ciesp. E a principal estratégia para dar extensão à voz da entidade foi se espalhar pelas diversas regiões do estado. A regionalização teve início em 1949, e hoje a entidade se divide em 42 Diretorias Regionais, Municipais e Distritais que trabalham diretamente as necessidades do chão de fábrica. “As bases no interior, ligadas à Sede, funcionam como pontas de lança. Temos um contato mais próximo com as indústrias e trazemos as demandas específicas de cada região”, afirma Rafael Cervone Netto, 1º vice-presidente da entidade.
 
Na estrutura em que se organiza o Ciesp, a associação sempre foi uma livre iniciativa do industrial. “Isso reflete a importância que a instituição representa para o segmento, na medida em que reúne as maiores representações industriais em âmbito estadual do mundo, entre 9 mil associados”, destaca Fausto Cestari, 2º vice-presidente.
 
Privilegiado pela forte rede no interior do estado, o entidade carrega algo peculiar: a capilaridade. “A proximidade de órgãos regionais, prefeituras e câmaras municipais facilita a discussão do dia-a-dia”, diz Cervone. Para ele, a autonomia da entidade e sua atuação capilar são importantes estratégias de competitividade. “O Ciesp tem um papel preponderante diante dos desafios, como a isonomia competitiva e a guerra fiscal entre estados”. Além das 42 Diretorias, a entidade se distribui em 10 macrorregiões que compõem o conselho de representantes, que apontam as demandas regionais.
 
Indústria em ação
O principal traço que define o perfil de atuação da entidade está em sua capacidade de interlocução, e de ser porta-voz das demandas da classe industrial. “O nosso atuante Ciesp é uma entidade que registra uma longa história de significativas realizações. É inestimável o valor de seu trabalho de integração do empresariado do setor no estado”, ressalta o presidente Paulo Skaf.
 
A efetiva representatividade do setor industrial é apontada pelos empresários como a principal conquista da entidade em oito décadas de trabalho. “A indústria se sente representada na liderança do Ciesp, absolutamente necessária para que São Paulo cresça”, diz Cervone, que em tom otimista pincela a tarefa para os próximos anos: “Devemos continuar conduzindo ações efetivas para o setor produtivo, para que extrapolem para questões nacionais. Defender ética e responsabilidade, que é a razão de ser do Ciesp, é defender o Brasil”.
 
Desafios
Desde a fundação do Ciesp, a indústria paulista passou a defender seus interesses de forma independente. Com foco na participação política e na prestação de serviço, o objetivo sempre foi transformar o industrial em formador de opinião. Hoje, não é diferente. “O Ciesp tem poder de formar lideranças e de reforçar líderes autênticos preocupados não só com a causa da indústria, mas com a causa da comunidade”, sublinha José Eduardo Mendes Camargo, 3º vice-presidente.
 

Com entusiasmo, Rafael Cervone enumera as tarefas que a entidade tem pela frente. Segundo ele, a desoneração de produtos para aumentar a competitividade da indústria e equalizar as diferenças em relação a outros países é uma das principais bandeiras empunhadas. “Os maiores desafios são a inserção dos produtos no mercado mundial e o desenvolvimento de uma real política industrial para o Brasil, superando os obstáculos das reformas de que o país precisa, que darão à indústria as condições favoráveis para o desenvolvimento sustentável”, diz o 1º vice-presidente. “Agregar valor aos produtos por meio de inovação tecnológica é uma questão fundamental”, define.

 
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