Chile é parceiro estratégico para internacionalizar empresas brasileiras
- Atualizado em“O momento é oportuno não só para ampliar a troca comercial, mas também para aumentar os investimentos no Chile, que tem um sistema estabilizado e seguro. No caso do Brasil, hoje há um câmbio que facilita a internacionalização das empresas brasileiras”, avaliou Skaf. A Semana está sendo realizada na sede das Entidades entre hoje (25), amanhã (26) e quinta-feira, dia 27.
A balança comercial entre os dois países foi de US$ 4,26 bilhões para o lado brasileiro em 2007 e US$ 3,48 bilhões para os chilenos. Mas o equilíbrio não é igual quando o assunto são os investimentos. As empresas do Chile investiram US$ 716 milhões no Brasil. Já os empresários brasileiros aplicaram apenas US$ 689 milhão naquele país.
Plataforma para exportação
Para o representante do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Wélber Barral, o equilíbrio vai ocorrer naturalmente. Questionado se o Brasil não havia privilegiado demais as negociações da Rodada de Doha, esquecendo das discussões bilaterais, Barral disse que o objetivo país é buscar “acordos internacionais com qualidade”.
Segundo o secretário de comércio exterior do MDIC, “o entendimento do governo é de que não basta assinar acordos bilaterais” sem considerar se eles realmente retiram barreiras jurídicas que travam o avanço do comércio e de investimentos.
Barral apontou o Chile como “país plataforma”, referindo-se aos 57 acordos bilaterais que o vizinho andino tem com nações como China, Estados Unidos e Índia, além da União Européia. As parcerias garantem acesso dos produtos chilenos a um mercado com três bilhões de consumidores.
De acordo com o embaixador do Chile no Brasil, Alvaro Díaz, as empresas brasileiras poderiam usufruir dos acordos. “Nossa dinâmica bilateral pode beneficiar a todos os países da América Latina”, afirma.
Já o corresponde do Itamaraty no Chile, Mauro Vilalva, destacou que os acordos facilitam o acesso de produtos do Mercosul ao mercado asiático. O embaixador também ressaltou o potencial do mercado chileno, que segundo ele tem como pontos fortes a segurança jurídica, inflação sob controle, redução da pobreza a 13% da população, renda per capta de US$ 15 mil e baixa taxa de desemprego.
A transferência de tecnologia pode ser a moeda de troca do Brasil, principalmente no setor de energia. “Podemos ajudar a transferir para o Chile a tecnologia dos biocombustíveis e a biomassa para geração de energia”, ressaltou Roberto Giannetti da Fonseca, diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp.
Integração regional
O Brasil planeja aproximar as cadeias produtivas e criar uma rede de infra-estrutura logística interligada na América Latina, com objetivo de internacionalizar as empresas brasileiras a partir de seu entorno geográfico. É nesse sentido que o Chile foi definido como parceiro estratégico.
“A aproximação com o Chile se insere nos objetivos da política industrial brasileira, que quer ampliar em 20% a participação de investimentos de empresas brasileiras na América Latina”, afirma Barral.
A ligação física com o Chile e a Bolívia deve ser concretizada em 2009, com a construção de um corredor biocecêanico. O Atlântico e o Pacífico serão aproximados por dois mil quilômetros de estrada, partindo do Mato Grosso do Sul, passando por Santa Cruz de
A soja e os manufaturados brasileiros podem ter envio à Ásia facilitado pela rodovia. Já a troca de produtos industrializados dever ser ampliada com o récem assinado de acordo de livre comércio entre a Zona Franca de Manaus e sua corresponte chilena, em Iquique.
A Semana do Chile