Brasil e Mercosul estão prontos para fazer oferta comercial a União Europeia, afirma Dilma em encontro na Fiesp
- Atualizado emPresidente participou do Encontro Econômico Franco-Brasileiro na sede da federação na manhã desta sexta-feira (13/12)
A presidente Dilma Rousseff afirmou, na manhã desta sexta-feira (13/12), que um futuro acordo entre o Mercosul e a União Europeia vai contribuir para o potencial “ainda inexplorado” de intercâmbio comercial entre o Brasil e a Europa. Ela acrescentou que o Mercosul e os parceiros brasileiros estão prontos para fazer uma “oferta comercial”.
“Esperamos que a troca de ofertas se realize em janeiro”, afirmou a presidente ao participar do Encontro Econômico Franco-Brasileiro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, na manhã desta sexta-feira (13/12). O evento também contou com o presidente da federação, Paulo Skaf, e o presidente da França, François Hollande.
Segundo Dilma, há um desequilíbrio no intercâmbio comercial entre a França e o país, “em detrimento do Brasil”. Assim, o comércio com os franceses precisa ser elevado a um nível de qualidade e equilíbrio. De acordo com a presidente, o volume de trocas comerciais entre Brasil e França soma cerca de US$ 10 bilhões “mas é necessário dizer que poderia ser muito maior porque temos em nossas economias potencial para tanto”.
Dilma acrescentou que “outro passo importante” seria dar continuidade às negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). A presidente mais uma vez comemorou o acordo firmado no início de dezembro em reunião ministerial da OMC, em Bali, na Indonésia, que desbloqueou a Rodada de Doha, cujas negociações estavam paralisadas desde 2008.
O acordo global foi o primeiro na história do órgão. “Realizamos progressos expressivos, sobretudo no que se refere ao acordo sobre facilitação de comércio e a declaração sobre eliminação de subsídios agrícolas”, afirmou Dilma.
Conhecido como Doha Light, o acordo determina o compromisso de reduzir os subsídios às exportações agrícolas, com a ajuda ao desenvolvimento, prevendo isenção crescente das tarifas alfandegárias para os produtos provenientes de países menos desenvolvidos, e a facilitação de intercâmbios, que pretende reduzir a burocracia nas fronteiras.
Investimento
Dilma afirmou que quer estimular “especialmente” empresas francesas a aumentarem seus investimentos no Brasil.
“A presença de empresas francesas é muito importante para o Brasil e muitas delas são parcerias do governo brasileiro em projetos de desenvolvimento”, afirmou. Ela citou o recente contrato 1,25 bilhão de euros assinado com a companhia francesa de energia Areva para a conclusão da construção de um reator de Angra 3, no Rio de Janeiro.
Segundo ela, a França possui um estoque de US$ 35 bilhões investidos no país.
“O Brasil é e continuará sendo uma opção segura e atraente para investidores de quaisquer países. Os fundamentos macroeconômicos brasileiros são sólidos, nosso endividamento líquido permanece baixo, em torno de 35% do Produto Interno Bruto (PIB), nossas reservas internacionais correspondem a US$ 376 bilhões e mantemos nosso compromisso com a estabilidade e o controle de inflação que, aliás, fechará em 2013 dentro da meta pelo decimo ano consecutivo”, afirmou.
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp