Atividade na Indústria paulista cresce 2,7% em maio
- Atualizado emEconomistas afirmam que aumento das importações pode prejudicar PIB industrial
De acordo com o levantamento feito pelo Ciesp e pela Fiesp, sem ajuste sazonal, procedimento que permite desconsiderar oscilações características de alguns períodos, o resultado de maio registrou alta de 7,3%.
Para o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, o resultado embora moderado, revela sinais de crescimento na produção industrial, pois há uma mudança na forma de conduzir a política econômica do País. “Está havendo um afrouxamento nas políticas do governo, com a queda gradual dos juros, o aumento do crédito livre e dos gastos públicos”. Segundo Tabacof, o ciclo de crescimento moderado deverá continuar, porém, o executivo tem dúvidas quanto à sustentabilidade deste comportamento. “Para que isso aconteça, é preciso que haja aumento dos investimentos, redução da carga fiscal e estímulos concretos para os empresários”, argumentou.
De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, “o resultado de maio, de cara, dá uma sensação muito positiva, isso porque maio teve 22 dias úteis que comparado a 18 de abril resulta em aumento de 22%. A concentração de feriados e a redução de dias geraram um impacto negativo na atividade industrial no mês anterior, ou seja, no lugar da aceleração, o que ocorreu foi uma compensação”, afirmou.
Analisando-se por bimestre, verifica-se também alta em abril/maio de 0,7%. No entanto, segundo o diretor da Fiesp, o resultado está abaixo da taxa de 1,48% apurada em fevereiro/abril e bem inferior ao crescimento verificado em dezembro/janeiro de 2,13%
Setores
O setor de Produtos Químicos, Petroquímicos e Farmacêuticos apresentou uma reação bastante positiva devido ao aumento das exportações no mês de maio e o resultado foi um crescimento de 2,4%, com ajuste sazonal. Devido ao crescimento vigoroso da construção civil e de investimentos do setor de açúcar e álcool, outro setor que está em alta é o de Produtos Metálicos ( exceto máquinas), com 3,0%. Já bastante prejudicado pelo aumento das importações, o setor de Produtos Têxteis registrou queda de 0,2%.
PIB em baixa
Diante dos resultados e dos últimos números divulgados da balança comercial, com as importações crescendo muito acima das exportações, o que preocupa a indústria, os dois diretores fizeram novas projeções de crescimento do PIB industrial. “Com todo este cenário o que vemos agora é um sinal de alerta nas importações e exportações principalmente para a indústria de transformação. Assim, a nossa previsão é que o PIB industrial deve ficar nos 4%, ou seja, bem perto do PIB Nacional”, afirmou o diretor da Fiesp, que antes trabalhava com uma projeção de 5%. Para Boris Tabacof, do Ciesp, por ser este um ano eleitoral, a previsão é que o PIB da indústria deve ficar mesmo entre 4,5 e 5%.