Atividade cai 0,4% em outubro e caminha para fechar ano em 2,5% - CIESP

Atividade cai 0,4% em outubro e caminha para fechar ano em 2,5%

Segundo Paulo Francini, variáveis como Vendas Reais e Utilização da Capacidade Instalada negativas puxaram indicador de atividade da indústria paulista para baixo

A atividade da indústria de São Paulo caiu 0,4% em outubro na comparação com setembro, com ajuste sazonal, segundo pesquisa da Fiesp e do Ciesp. O desempenho do setor manufatureiro paulista deve encerrar 2013 com taxa positiva de 2,5%. A cifra, no entanto, não recupera as perdas registradas em 2012, quando a produção registrou baixa de 4,1%, avaliou Paulo Francini, diretor de economia das entidades.

Outra má notícia é o indicador que mede a percepção dos empresários paulistas com relação ao cenário econômico. Segundo o Sensor, a percepção geral em novembro é a pior desde dezembro de 2012, com 47,4 pontos. Em dezembro do ano passado, o item registrou 45 pontos.

“O Sensor indica para não termos esperanças”, disse Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.

Na avaliação de Francini, a “lufada de otimismo” percebida no começo do ano perdeu força ao longo dos meses. Mesmo positivo, o desempenho da indústria em 2013 ainda é “medíocre”.

“Eu diria que o desempenho da economia brasileira está vindo de frustração em frustração e 2013 vai ficar no passado como um ano não agradável de ser lembrado”, disse.

De janeiro a outubro deste ano, o desempenho industrial medido pelo Indicador de Nível de Atividade (INA) registrou taxa positiva de 2,8%. E no acumulado de 12 meses, a performance da indústria melhorou 2,2%. Já na comparação entre outubro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o INA caiu 0,2%.

Quase todas as variáveis consideradas no índice da Fiesp e do Ciesp anotaram baixa na leitura mensal, ou seja, a baixa do INA foi motivada por variações negativas em componentes como  Total de Horas Trabalhadas na Produção (-0,2) e Total de Vendas Reais (-1,2%), explica Francini.

O indicador de Nível de Utilização da Capacidade Instalada com ajuste sazonal (Nuci) também pressionou o indicador da indústria, mantendo-se em 81,1% em outubro versus 81,2% em setembro, indicando capacidade ociosa na produção.

“O INA negativo em 0, 4% é, na verdade, uma sequencia que se engata nos outros resultados não satisfatórios para o mês  em 2013”, explicou Francini.  “Não esperamos que exista recuperação, ou melhoria para a indústria de transformação nos dois últimos meses do ano”, acrescentou.

Setores

A atividade na indústria de Artigos de Borracha e Plástico fechou outubro em queda de 1,6% na comparação com setembro, afetado principalmente pelo setor automotivo, cuja produção total de veículos (exceto máquinas agrícolas) caiu 8% em outubro versus setembro, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A queda mais expressiva de atividade foi registrada, no entanto, pelo setor de Móveis. Entre setembro e outubro, o desempenho desse segmento caiu 4,9%, abatido principalmente pela redução de 8,3% do Total de Vendas Reais no mês.

Na contramão, a indústria de Minerais não Metálicos registrou ganhos de 2,4% no mês, mas Francini pondera que os setores da indústria se movimentam em conjunto para uma determinada tendência e “poucos fogem dessa nuvem”.

Percepção pior

Não só com relação à economia em geral, mas a percepção dos empresários medida pelo Sensor com relação ao Estoque indicaram a maior sobrestocagem desde setembro de 2011,com 38,8 pontos em novembro contra 43,7 pontos em outubro.

A variável Mercado também caiu de 47,8 pontos em outubro para 44,2 pontos em novembro. O componente Vendas ficou praticamente estável a 48,6 pontos em novembro ante 50 pontos em outubro.

Emprego e Investimento também mantiveram estabilidade, a 50 pontos no mês corrente contra 49 pontos em outubro e em 55,6 pontos respectivamente.

Quando está em 50 pontos, a leitura indica estabilidade. Exceção dos demais segmentos, o item Estoque sinaliza excesso quando está abaixo de 50 pontos e redução acima de 50.

Alice Assunção, Agência Indusnet  Fiesp