Em Matão, a centenária Bambozzi continua 100% nacional - CIESP

Em Matão, a centenária Bambozzi continua 100% nacional

Rubens Toledo, para Agência Ciesp de Notícias (com colaboração de Marcos Pavarina, do Grupo Bambozzi)

Com mais de 40% do mercado nacional de solda, a indústria Bambozzi, da cidade de Matão, orgulha-se de ser 100% brasileira. Sempre antenada aos novos tempos, a empresa também esteve fiel as tradições de seus fundadores. Na manhã de 30 de junho de 2010, em vez da sirene, os 550 funcionários da indústria Bambozzi seguiram as badaladas da Igreja Matriz, na praça central de Matão.

Sidney Toledo (esq.) e Netão orgulham-se da centenária Bambozzi

Acompanhados dos familiares, eles cantaram e rezaram na missa em homenagem aos 100 anos da empresa, fundada pelos irmãos Basílio e Ferdinando Bambozzi, imigrantes italianos.

Orgulho da família e dos matonenses, a empresa resistiu ao assédio de multinacionais e manteve-se cem por cento brasileira, sob o comando de Bruno Bambozzi Filho, superintendente.

“Sou funcionário há 40 anos”, diz Antônio G. Pereira Neto, o Netão, diretor comercial. Aposentado, Netão continua trabalhando com o mesmo entusiasmo do primeiro dia. Seu colega, Sidney Toledo, diretor executivo, acumula tempo também significativo: 35 anos de carreira, sem uma única falta no prontuário.

“Hoje é dia de festa. Mas já tivemos tempos ruins”, lembra Sidney, referindo-se à crise de seis anos atrás, quando a Bambozzi foi obrigada a demitir 170 colaboradores. “Foi muito duro”, acrescenta.

Eterna busca da inovação

O abatimento em ver tantos colegas desempregados serviu de alento para que a direção da empresa decidisse mudar o modelo de gestão. “A Bambozzi teve de se reinventar”, conta Pereira. “Não podia mais continuar produzindo do mesmo jeito, com máquinas analógicas.”

Inovação leva equipamentos da empresa a grandes obras brasileiras

Na busca da inovação, a empresa se consorciou à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e promoveu uma reengenharia no sistema fabril. Antigas máquinas operatrizes e tornos convencionais deram lugar a tornos tridimensionais a controle numérico. Multiplicaram-se os modelos das linhas hobby, média e industrial, e as exportações voltaram a crescer.

A produtividade aumentou exponencialmente, mesmo com menor número de funcionários, e se mantém presente em obras gigantes como a binacional Itaipu e plataformas de exploração de petróleo em alto-mar. Os equipamentos Bambozzi, para solda, estão em indústrias como New Holand Case, Liebher e montadoras como a Volvo.

“A Bambozzi chegou a ter 60% do mercado. Na década de 90, com a abertura de mercado, essa fatia ficou reduzida a 20%. Hoje estamos com 45% do mercado nacional de solda elétrica, nas linhas hobby, média e industrial”, arremata Sidney. “Bambozzi tornou-se sinônimo de máquina de solda e é encontrada em todos os cantos do Brasil”, acrescenta.

Fornecedora para vários segmentos, a Bambozzi não sofre com os altos e baixos e sazonalidade do mercado. “Atingimos o ponto de equilíbrio”, diz o diretor. De 2004 para cá, a empresa vem emplacando crescimentos anuais a uma média de 30%. “A exceção foi na virada de 2008 para 2009, por conta da turbulência internacional, quando o faturamento caiu. Hoje, estamos no patamar anterior à crise”, comenta.

Parceira do Ciesp
O Ciesp em Matão tem uma parcela de responsabilidade nesses 100 anos da empresa, admite o diretor-superintendente Bruno Bambozzi. Além da proximidade física (localiza-se a dois quarteirões da atual sede do Ciesp de Matão), a Bambozzi está fortemente ligada ao ideário da entidade e tem participado ativamente de suas reuniões de Diretoria e grupos de trabalho.