“Foi um tipo de pedalada”, afirma Skaf sobre novas medidas do Governo - CIESP

“Foi um tipo de pedalada”, afirma Skaf sobre novas medidas do Governo

Graciliano Toni, Agência Indusnet Fiesp

Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), criticou as novas medidas do ajuste fiscal anunciadas pelo Governo Federal nesta segunda-feira (14/9). “Foi um tipo de pedalada”, afirmou, referindo-se à transferência de fontes de pagamento, no lugar de corte de despesas. “O que era do Tesouro passou para o FGTS, ou para as emendas parlamentares.”

“O Governo não cortou na carne”, disse Skaf. “Faltou transparência, faltou clareza na apresentação das medidas”, completou. O que ficou claro, segundo Skaf, foi só a intenção do Governo de aumentar impostos. “Mais uma vez o governo transferiu o problema para a sociedade. Quer que ela pague o pato.”

Em sua opinião, as notícias são ruins para todos. “A CMPF vai pesar no bolso de todo mundo. Um imposto que já foi rejeitado e enterrado, e ressuscita pela vontade do Governo.” Skaf ressalvou que a volta do CPMF precisa ser aprovada pelo Congresso.

Juros altos, falta de crédito e aumento de impostos, que fazem partes medidas adotadas pelo Governo, formam uma “combinação perversa” que derruba a economia, disse Skaf, que espera forte reação da sociedade.

Além da falta de corte real de gastos, o Governo não agiu para combater o desperdício nem para melhorar a gestão, afirmou Skaf. “A medida que ouvi foi de criação de mais impostos, para entrarem mais recursos. E como não há medidas de controle de desperdício e de melhoria de gestão, o que se imagina é que quanto mais recursos, mais desperdício.”

Vaivém

Na avaliação de Skaf, o Governo parece perdido. “Pensa uma coisa de manhã, faz, e desfaz à tarde, no dia seguinte faz de novo, e assim vai.” Deu como exemplo a CPMF: “o Governo fez um balão de ensaio, teve uma reação péssima – e depois volta”. Skaf lembrou também que quando o governo falou na semana anterior sobre volta da CPMF, sua arrecadação iria para a Saúde. Agora, vai para a Previdência. “Toda semana muda.”

Paulo Skaf durante entrevista em que criticou novas medidas anunciadas pelo Governo. Foto: Ayrton Vignola/Fiesp